sábado, 27 de outubro de 2012

Livro: Serpentes do Rio Grande do Sul

Olá pessoal! Saiu o livro do Arthur Abegg e do Omar Entiauspe, intitulado "Serpentes do Rio Grande do Sul". Valor: 47,00 reais. O livro possui 148 páginas, dividido em 16 capítulos, com mais de 100 figuras coloridas. Aborda sobre mitos que cercam as serpentes, ofidismo, classificação das serpentes relativo a técnicas de caças, tipo de presa, tipos de dentição, entre outros. Há também uma lista contando as espécies de serpentes que ocorrem no Rio Grande do Sul, cada uma acompanhada de uma fotografia colorida e de um texto próprio, contendo informações sobre periculosidade (ou ausência dela hehe), dieta, porte físico, capacidade reprodutiva, distribuição geográfica, nomes populares, etc. Pode-se comprar realizando pedido neste e-mail: serpentesrs@gmail.com Recomendado para profissionais e estudantes da área de ciências biológicas, bem como para qualquer pessoa apreciadora desses incríveis animais!

terça-feira, 29 de março de 2011

Medicina Alternativa

O Brasil tem uma riqueza biológica inestimável, que provavelmente será destruída antes de ser descoberta. Abaixo segue o texto de Arthur Abegg sobre o tema.




Relação entre a planta Barbatimão (Stryphnodendron barbatimam) e a serpente Surucucu (Lachesis muta)




Abegg, A.D


"As serpentes sempre foram cercadas de lendas. Algumas delas talvez mereçam a reputação que lhes foi conferida, e um exemplo pode ser a surucucu. O único antídoto conhecido contra a picada desses répteis peçonhetos é o soro antilaquético ou antibotrópico-laquético. Porém, ao que tudo indica, podemos ter outro aliado nessa batalha: o barbatimão, uma planta medicinal que cresce no cerrado brasileiro.
As sururcucus são as maiores serpentes da família Viperidae, as chamadas víboras. Elas podem medir até 3,5m e são consideradas como a segunda ou terceira maior serpente peçonhenta do mundo. Apesar dos dados assustadores, os números de acidentes ofídicos com essa espécie, no Brasil, são baixos. Eles representão cerca de 2% do total de mais de 49 mil casos registrados entre 2001 e 2006. Porém, o índice de letalidade é alto, se comparado ao das jararacas, responsáveis por cerca de 88% dos acidentes ofídicos brasileiros. Em caso de acidente laquético, até que se saiba nos dias de hoje, a única saída era a aplicação do soro antiofídico fabricado a partir das próprias surucucus. Mas, segundo uma pesquisa feita pela Universidade Federal Fluminense, uma planta brasileira pode se tornar um agente combativo contra a peçonha dessas serpentes, o barbatimão.
O barbatimão é uma planta medicinal que cresce no cerrado brasileiro, desde o Pará na região amazônica até o sudeste do país. O extrato feito a partir das raízes dessa planta tem a capacidade de neutralizar a violenta peçonha das surucucus. Outro ponto positivo da descoberta é que isso pode significar um antídoto quase 50% mais barato que o soro utilizado hoje. De acordo com André Lopes Fuly, biomédico, professor de biologia e orientador do estudo, 10 gramas da planta é uma quantidade interessante para produzir o chá e guarda-lo, já que o chá não requer tantos cuidados como o soro, para armazenamento. Isso já reduz o custo da produção. Outro problema que o atual soro apresenta é a possibilidade de efeitos colaterais graves, desde alergias fracas até algumas que podem levar ao óbito, através do choque anafilático. Ou seja, o soro, que seria a salvação, também pode ser fatal.
As surucucus são serpentes primitivas. Elas não apresentam facilidade à adaptação em novos ambientes como as jararacas, e por isso os acidentes com essa espécie são raros. Apesar de raros, podem ser fatais. O barbatimão já é outra arma nesse combate, podendo, além da eficiência contra o veneno, ser um produto mais viável e barato. Sem dúvida, é mais um avanço biológico e medicinal."



Fonte:Texto na integra